Costumamos depositar nos outros a felicidade que desejamos para nós. Deve ser algum tipo de extinto ou de característica do comportamento humano.
Procuramos alguém que nos complete. A tampa da panela. A outra metade da laranja. Mas é interessante buscarmos este complemento se tecnicamente somos autônomos, não atoa, somos chamados de indivíduos.
Idealizamos nossa felicidade baseado em outra pessoa e esquecemos que ser feliz sozinho é possível e primordial.
Sim, primordial. Aquele que não aprende a viver sozinho, não aprende a se amar não tem condições emocionais de amar alguém, tampouco de depositar expectativas em outrem.
Quando não se está bem consigo, nos tornamos inseguros, possessivos e ciumentos. Desconfiamos, criticamos e ainda assim precisamos daquela pessoa, porque depositamos muito de nós nela.
Esta tentativa diária de recuperação dos depósitos desgasta qualquer relacionamento. São filhos que não conseguem atender as expectativas dos pais. Pais que acham que os filhos não se esforçam o suficiente ou que não aceitam as escolhas realizadas por seus rebentos. Maridos que não aceitam uma mulher independente e mulheres que acham que a cada esquina seus maridos têm uma amante lhes esperando.
Todos sofrem, todos perdem. A metáfora da duas metades da laranja é mais que verdadeira. Só é difícil prestar atenção e perceber duas laranjas inteiras duram mais na banca da feira do que uma partida ao meio.
Portanto, sejamos completos antes de desejarmos alguém ao nosso lado, antes de termos filhos e desenvolvermos amizades. Chegar como uma metade em um relacionamento achando que se tornará completo ao encontrar alguém talvez seja o maior erro que uma pessoa pode cometer. Seja feliz.
Um comentário:
Precisamos dialogar mestre. Aconteceu alguma merda, lendo esse texto tive essa impressão...
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