Sempre esperamos algo de alguém. Esperamos que os pais sejam homens e assumam os sustento de suas crianças. Esperamos que os motoristas de ônibus não atrasem a viagem. Esperamos que os pescadores consigam nos trazer peixes. Esperamos que aquela garota dos nossos sonhos nos diga sim e esperamos que o pai dela não seja bravo.
Vivemos esperando que aconteça sempre o melhor porque a despeito de alguns querer coisas boas é a ordem natural da vida.
Dito isso, esperamos até a pouco que a justiça vencesse. Esperávamos não de um simples juíz, mas de um ministro que por motivos midiáticos protelou sua decisão por uma semana, que não acatasse os tais embargos infringentes que, grosso modo, reiniciaria todo o processo de coleta de dados, avaliações, discussões ad infinitum.
Constrangedora a decisão do senhor Celso de Mello, tido como o mais "douto" de todos os ministros do supremo tribunal. O mais antigo a atuar dentro daquela casa, o mais experiente.
A estátua da justiça, aquela da dama cega com a balança na mão que por sinal se chama Dice aqui no Brasil aparenta não ser apenas cega, mas surda também.
Clamamos para que este magistrado ouvisse a ância de um povo que simplesmente queria ver a justiça acontecer. Um povo que queria deixar de ver tanto ladrão de galinha na cadeia e sim os figurões políticos e corruptos.
Mas ele não ouviu. Toda a sua experiência o afastou daquilo que ele deveria defender: a justiça para o povo.
A derrocada da república começa assim. Ao som de aplausos. Não daqueles que deveriam e mereciam receber a justiça, mas sim daqueles que deveriam estar condenados e encarcerados.
Rumamos lenta e calmamente para a bolivarização de nossas instituições públicas. Que o senado já era vendido, não era novidade para ninguém, mas matar a esperança daqueles que esperavam justiça foi triste, vergonhoso e desumano.
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