É interessante quando nos damos conta do quanto o governo brasileiro é mau gestor de obras. Li a pouco na Folha de São Paulo duas matérias que exemplificam exatamente este problema: A construção do terminal 3 no aeroporto de Cumbica e as mães que dão a luz no Uruguai por falta de estrutura nas cidades de fronteira no Rio Grande do Sul.
Recentemente privatizado (em 2012) a GRU Airport pagou para gestionar o maior aeroporto do Brasil. Grande em tamanho e grande em problemas, o aeroporto opera atualmente sobrecarregado e isso ocorre a muito tempo. Me recordo, a época da privatização, o quanto os sindicatos e a INFRAERO foram contrários a esta concessão. Hoje vejo os benefícios práticos. A matéria do jornal foca apenas na expansão do aeroporto mas em um ano de gestão, a empresa privada já entregou um novo bloco de estacionamento muito moderno, que tem entre outras coisas, uma tecnologia simples mas útil de luzes que mostram onde há vagas livres, ou seja, nada de ficar andando nos corredores procurando um lugar para estacionar. Ao entrar no piso basta olhar para cima e ver onde tem vaga.
Vale lembrar que uma das metas estipuladas no edital de concessão é que a empresa que ganhasse entregaria o terminal 3 antes da copa do munto. Pelo que foi apurado, ele será entregue no prazo e com tecnologias de check-in, iluminação e logística inéditas no país. Tudo isso será entregue em dois anos. Quando a INFRAERO faria isso e ainda mais neste prazo? Nunca.
Deixar de fazer o que a população precisa parece ser a prerrogativa do governo. Se a locomoção é um problema sério a saúde é outro ainda mais grave. Em cidades fronteiriças no Rio Grande do Sul, mães dão a luz seus filhos no país vizinho, o Uruguai. O motivo é a falta de médicos e no caso de uma das cidades apontadas, a falta de maternidade. Se quiserem ter seus filhos nascidos em território brasileiro, as gestantes tem que ir para a maternidade mais próxima, distante setenta e cinco quilômetros dali.
Discute-se e muito o projeto mais médico que o governo federal quer implantar, mas de que adianta colocar um médico nesta cidadezinha se com ele não vier uma maternidade junto, com toda a sua infra estrutura e profissionais. Aliás, aqui está um ponto importante, sem enfermeiros os médicos não conseguirão tratar plenamente os pacientes. Estes profissionais serão importados também? De que adianta colocar um médico em condições quase que insalubres para trabalha. Voltaremos a época dos partos em casa? e no caso de alguma complicação, o que este médico fará sem a infra estrutura de uma maternidade? Medidas eleitoreiras desesperadas são identificadas desta forma. Pobre Brasil, tão rico e tão mal administrado.
* Imagem retirada do site do jornal Folha de São Paulo.
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