segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Êxodo - Deuses e Reis

O texto abaixo possui informações sobre o enredo do filme. Sendo assim prossiga com a leitura apenas se de fato tiver curiosidade sobre os eventos desta história.




Eu tinha uma escolha: Ou assistia ao Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos ou Êxodo - Deuses e Reis.
Por um motivo que não sei explicar direito escolhi o segundo filme. E que decepção. Ridley Scott anda errando a mão em seus filmes. Prometheus juntamente com Êxodo estão aí para provar isso.
Tinha em mente os trailers que havia visto. Pensei que ocorreriam batalhas épicas e reviravoltas no enredo mas nada disso.
Sim, é uma história batida. Sim, já refilmaram trocentas vezes. Sim, é baseado em uma história que todos conhecem, mas para uma produção que pregava inovação o resultado ficou muito aquém.
Eu resolvi listar pontos que achei ruins no filme, a começar com os egípcios. Por que são retratados como efeminados? Sei que vivemos tempos de inclusão e do politicamente correto, mas por que levar isso para um filme que pregava a guerra? Os mesmos egípcios eram calcasianos. Tive a impressão de ter visto uns dois com olhos azuis. Tudo isso no continente africano.
O filme começa num ritmo empolgante. O futuro sendo visto nas vísceras de um pássaro, uma profecia, uma batalha insana sobre bigas. Tudo muito legal, porém, o clima vai esfriando, esfriando, a ponto de no final do filme, quando as luzes se acenderam no cinema as pessoas estarem com a cara inchada de quem deu uma boa cochilada.
O Ramsés é um personagem bem construído até. Ele não é o mais apto a suceder seu pai. Ele sabe disso, o pai dele sabe disso. Essa sensação causa um clima de disputa com Moisés que foi criado por sua tia e até então não sabe que é hebreu. 
O interessante é que Ramsés é inseguro o tempo todo e Joel Edgerton soube dar o tom certo a essa insegurança. Tanto na fala quanto nos momentos em que o personagem explode. A cena em que ele pretende cortar o braço de Míria é o ponto alto desta característica. Sem dúvidas o melhor personagem do filme. Em contra partida o filme possui um coadjuvante de luxo: Ben Kingsley. Nas sinopses que li, ele era apontado como o mentor de Moisés. Teoricamente seria uma pessoa fundamental na trama. Bom, o que posso dizer? Ele aparece em umas duas cenas. Conta a verdade sobre o passado do protagonista e só. Nada de orientá-lo. Nada de mostrar-lhe um caminho. Fiz minha farte...fui. Outra coadjuvante de luxo é Sigourne Weaver no papel de mãe de Ramsés. Quanto disperdício. Seu mote é matar Moisés de qualquer forma pois ela teme que este se torne faraó no lugar do filme. mais uma personagem que tem duas ou três cenas pouco exploradas.
Apesar de ter o arbusto em chamas, surgiu o papel do menino deus falando com Moisés. Este está longe de ser deus de fato. É mimado. Usa Moisés o tempo todo e joga na cara dele que ele não serve para nada. Que é um mero enfeite.
Christian Bale como Moisés saiu um belo Batman. Aliás, depois do filem do homem morcego ele parece não conseguir fazer algo diferente do estilo homem revoltado e fodão. Infelizmente. Em psicopata americano e provou ser um grande ator. Pois bem, Moisés é diferente do bíblico. Fala bem, tem o carisma dos egípcios e é o preferido do faraó a sua sucessão, apesar ne não ser possível o sobrinho do faraó assumir o poder. Ele é banido. Vive por nove anos no deserto, se casa e volta ao Egito a pedido do menino deus. Ele usa de uma técnica terrorista de sabotagem e ataques furtivos. Na hora me lembre dos grupos terroristas islâmicos. Acho que aí houve uma crítica do diretor sobre a situação na faixa de Gaza, mas enfim, o fato é que algo que parecia querer seguir num sentido fantástico acaba por terminar sem uma conclusão quando o menino deus resolve, como dito antes jogar na casa ro protagonista que ele não serve para nada.
A história em si, difere da bíblia em muitos pontos. Até aí é aceitável afinal de contas a idéia era ser original. O problema é que o filme começa com um ar de guerra com um Moisés terrorista para no meio do filme voltar para o formato original das pragas e do arrependimento do faraó.
Para quem foi ao cinema buscando o novo houve uma frustração e para quem foi ao cinema buscando o tradicional a frustração foi grande também. O fato é que o filme não se decide por seguir o novo ou se manter no tradicional e este é o motivo pelo qual a frustração abrange todos os públicos possíveis do filme.
Fiz a escolha errada. deveria ter assistido ao Hobbit. Fica aí a lição. In Ridley Scott we don't trust anymore.

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