sábado, 9 de abril de 2011

Minha visão particular do inferno

Sem nada para fazer, dia desses resolvi imaginar como seria o inferno. Claro que não quero ir para lá assim que morrer. Estava pensando nisso por um motivo muito simples: as pessoas só pensam no céu. Quando alguém diz que fulano quando morrer vai para o céu, logo imaginamos as nuvens fofinhas e os anjos loirinhos e com olhos azuis tocando melodias em suas arpas. Mas a questão é como seria o inferno?
Acho que cada um tem uma visão. Mesmo que não queiram, portanto, aqui vai a minha. O lugar não poderia ser outro: um vagão quente e lotado da linha doze da CPTM ( porque a linha dois verde do metrô é para os fracos) estou em pé e tanto do meu lado direito como do meu lado esquerdo estão dois homens com as axilas suadas. Eles fedem e devido a lotação do vagão estão encostados em mim. Na minha frente há uma senhora extremamente obesa, com direito a estrias nos seios, culotes e provavelmente celulite, sua bolsa está posta embaixo de seu braço de modo que a ponta dela machuca minha barriga. A infeliz começa a reclamar que eu estou a encoxando. Ao fundo ouço um pastor pregando que todos iremos para o inferno. Percebo que estamos em algum lugar entre as estações Engenheiro Goulart e Tatuapé. Levanto a cabeça para o alto e fecho os olhos por um minuto, quando os abro, estamos de novo na estação Manoel Feio. Tento descer na plataforma mas os outros passageiros não deixam. As portas se fecham e a viagem começa novamente. O ciclo se repete por toda a eternidade.
Se Dante pudesse ter noção do que é um trem da CPTM lotado e soubesse da minha visão de inferno ele com certeza choraria.


Sim eu sei, a foto é do quinto dos infernos (vulgo estação Sé do metro) e não do inferno da linha 12 da CPTM. Assim que conseguir uma foto menos apavorante eu posto aqui.

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