Todos os anos acontece alguma pseudo reivindicação dos estudantes que lutam mais uma vez pelo direito de usar maconha, álcool e outras drogas dentro do campus da USP sem a intromissão da polícia ou do governo.
A cidade universitária, no entendimento da grande maioria burguesa que lá estuda (digo isso porque deve ser difícil encontrar um filho de pedreiro ou motorista por lá) não é um local público que deve se submeter a constituição. Lá é a ilha do "barato". A USP é nossa (deles).
Via as fotos da manifestação. Em uma delas havia um jovem com a camiseta enrolada na cabeça para que seu rosto não fosse identificado. Ficou difícil de diferenciá-lo de um detento rebelado pelas cadeias Brasil afora. Não parecia em nada com um indivíduo privilegiado por estudar em uma das cem melhores universidades do mundo.
A burguesia entediada se manifesta violentamente por causas que estão longe de ser dignas de manifestação. Enquanto tudo lhes é dado sem custo algum, os filhos dos Josés e Marias continuam a pagar mensalidades em universidades particulares para tentarem conquistar algo na vida.
Tive a ilusão, quando mais novo, de estudar na USP. Hoje jamais estudaria lá, mesmo que fosse aprovado no dificílimo processo seletivo. Ter que ficar lá seis, sete anos para terminar um curso de quatro, cinco anos. Ter que repor aulas nos finais e começos de anos. Não ter continuidade no ritmo das aulas e ainda por cima ver a militância politica destruir um patrimônio público e denegrir a imagem desta instituição tão respeitada. Não, não gostaria de me misturar com tudo isso.
Burguesia entediada e pobre de espírito.
* A imagem foi retirada do site do jornal O Estado de São Paulo.
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