A primeira vista sera bom termos aqueles que amamos sempre por perto. Mas vamos analisar com mais cuidado este desejo que em algum momento já passou ou passará pela cabeça de todos que aqui estão.
As pessoas que amamos sempre têem um lado que não gostamos. Seja na aparência, seja na moral ou nos modos. Conviver com tais manias para todo o sempre seria terrível e nos cansaríamos de tanto pedir para que mudassem tais hábitos.
Existem pessoas que amamos e com as quais vivemos discutindo. Aquele irmão chato que teima com as coisas ou um avô ranzinza e rabugento para quem nada está bom ou bem feito.
A criação é dotada de sabedoria. Sendo assim, jamais deixaria que as pessoas "ficassem para a semente" como diria papai. A vida seria um tédio e por mais que amassemos os outros, com o tempo, passariamos a odiá-los. Uma vida eterna serviria apenas para termos mais tempo para repararmos os defeitos, manias e vícios de um individuo. Por outro lado, viver para sempre causaria reações em nós mesmos. Ficariamos mais amargos e decepcionados com a existência humana.
Ser eterno não significaria não sentir dor ou não adoecer. Que alívio teria uma pessoa com câncer incurável? Conviver com dor, sabendo que nunca haveria fim? Ou algém que perdesse membros de seu corpo? Ser deficiênte e depender dos outros para sempre?
Moisés escreveu na Biblia apena um salmo. E nele, diz que a idade do homem é 60 após isso tudo é dor e sofrimento. Sábias palavras. Reflitamos sobre elas enquanto assistimos a genética cada vez mais buscando maneiras de nos tornar eternos. De não passarmos mais nosso legado para nossos filhos mas sim mantê-lo conosco.
Imagino onde vamos parar com nosso mais profundo desejo de alcançar Deus. Sei que não verei isto aconcecer mas alguém algum dia verá e viverá. E quando lhe perguntarem o que mais deseja, aí, quem sabe ele responda: morrer.
Morramos todos e sejamos apenas uma lembrança boa para aqueles que ficam, antes isso que ser um estorvo eterno.
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