De acordo com o deputado aqui estão dois criminosos
Leis são necessárias e isso é um fato. Sem elas provavelmente viveríamos em uma era de trevas e provavelmente estaríamos beirando a destruição. O conceito de leis e instituições como as conhecemos surgiu em Roma. Os senadores eram os representantes do povo mas já naquela época eles não se "misturavam" com as massas e estavam longe de sequer legislar em prol daqueles que a priori deveriam representar.
Tempos depois a pratica por parte do legislativo parece não ter mudado muito. Nos últimos anos, devido ao transporte precário e ineficiente fornecido por nossos políticos houve um aumento mais que significativo nas vendas de motocicletas no Brasil e isso apesar de tudo pode ser considerado algo bom. Uma moto consome menos gasolina, ocupa menos espaço, não gera congestionamento e é mais eficiente no transporte individual ou para duas pessoas do que um automóvel.
Em países mais evoluídos existem vias nos grandes centros urbanos onde apenas ciclomotores trafegam. Lá, entenderam que carro é sinônimo de congestionamento. Aqui todos os motociclistas, por conta de alguns poucos motoqueiros, são taxados como terroristas no trânsito e agora, graças ao deputado serão considerados criminosos se transportar alguém na garupa.
Aquele marido que busca sua esposa na saída do trabalho é criminoso. O pai que pega o filho na escola é um tremendo de um criminoso. Aquele que passeia com sua namorada à garupa deve arder no inferno, ele é um baita de um criminoso.
Me pergunto em qual estudo técnico o deputado concluiu que duas pessoas em uma moto devem ser consideradas suspeitas? Embasado em quais argumentos concluiu-se que durante os dias úteis da semana não se pode andar com um garupa e nos finais de semana pode? Por acaso os bandidos em questão seguem a CLT e não praticam seus atos nos finais de semana porque estes são remunerados? Como chegou-se a conclusão que a placa da moto impressa no capacete irá tornar nossas vidas mais seguras?
A questão da inserção da placa da moto no capacete me faz lembrar de um momento histórico da humanidade. O momento em que o nazismo decidiu que os judeus deveriam portar uma faixa em seus braços. Foi uma maneira de segregá-los e relegá-los a uma condição a parte. É nesta condição que os motociclistas são postos.
Não vou criticar apenas o deputado Jooji Hato, ele não é o único a ter idéias incríveis. Dias atrás o ministro da saúde, senhor Alexandre Padilha queria restringir a venda de motos apenas a pessoas que tivessem habilitação com a categoria "A". O ministro esqueceu que a lei deve ser igual para todos logo seria inconstitucional implementar tal regra as motos e não estendê-la aos automóveis e caminhões.
Mais uma vez não houve estudos e nem foram consultadas autoridades técnicas. O ministro simplesmente entendeu que esta seria uma solução para os acidentes com motos. Interessante que leis que diminuam ou zerem o ICMS e IPI de produtos como capacetes, luvas, macacões, joelheiras e jaquetas infláveis que diminuiriam as sequelas e talvez óbitos nos acidentes não são propostas.
Temo ser verdade o fato de tais leis serem propostas baseadas unicamente no "eu acho" destes políticos. Temo ser verdade o fato de leis como estas serem propostas baseado unica e exclusivamente no preconceito existente por parte da grande maioria dos motorista quanto aos motociclistas e por fim, temo por todos nós e sinto por ainda elegermos pessoas como estas.
Só me resta esperar que o governador Geraldo Alckmin não aprove esta lei absurda e me faça concluir que é também é farinha do mesmo saco.
* Imagem retirada do site www.moto.com.br
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